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As crianças sofrem. Sou jovem, então ainda me lembro. Era incompreendida e tirada das conversas dos adultos. Minha família era muito pobre, mesmo assim sei que tive um tratamento melhor do que muitas outras crianças. Sempre tive uma ligação boa com minha família.
As crianças sofrem. Eu lembro o que é ouvir de muitos “Mas você só estuda”. Sei o que é ter que aprender uma série de novidades sem pausas. Sei como era estranho. As crianças sofrem. Elas sofrem, e o autor Janusz Korczak também percebeu isso muito bem! Ele alcançou sua alma infantil em seu livro "Quando eu voltar a ser criança", em que fica evidente sua sensibilidade.
O livro traz a narrativa de um homem que volta à infância. Nessa transformação, ele continua consciente e faz reflexões acerca de tudo que passa a reviver como criança. Em sua fase adulta, sendo um professor, ele percebe o tratamento que dava aos próprios alunos e sofre ao lembrar de cada opressão e injustiça que ele mesmo comete.
Seu livro é uma ótima reflexão sobre como tratamos as crianças ao nosso redor, fazendo-nos repensar e ver que há muito mais em cada criança. Suas particularidades vão além de serem "bonitinhas e fofas". As crianças têm opiniões, as quais merecem respeito, e elas também possuem vontades!
Recomendo a vocês a edição feita para educadores. Educadores em geral, não só aqueles que estão em sala de aula, mas também para as babás e para os pais, a fim de que todos possam se atentar a este fato. Indico também, para aquelas pessoas que querem se recuperar de uma "amnésia" e lembrar-se de como era conflituoso ser criança.
As crianças sofrem. Eu sempre soube e nunca me esquecerei. Quero me lembrar disso para sempre!
Nossa infância está muito distante agora para que possamos voltar a sentir todas as angústias passadas pelos pequenos. Só o exercício da empatia poderá nos aproximar deles e nos fazer entender seus anseios. Convido todos os adultos a voltarem a ser crianças quando ouvirem relatos infantis.
E que me desculpem os adultos que sofrem de amnésia, mas eu sempre vou considerar os sentimentos das crianças!
Beijos,
Solene Ângelo