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A História das babás

Você já se perguntou a origem desse nome tão pequeno, simples e aconchegante, e dessa profissão tão importante e essencial para muitas famílias: babá? É praticamente impossível falar da origem das babás e não mencionar o leite materno, fonte de nutrientes e alimento principal de um bebê ou, em outras palavras, um santo remédio.A história das babás no Brasil nos faz voltar ao período da escravidão, pois nessa época haviam escravas que cuidavam de crianças, uma prática trazida da Europa, principalmente de Portugal. O nome das escravas que amamentavam as crianças era ama de leite, que muito provavelmente você já ouviu falar. O termo é uma derivação da língua basca e significa mãe, uma vez que as amas de leite eram responsáveis por cuidar do bem-estar das crianças, pensando na alimentação, na higiene, na vestimenta e até mesmo no entretenimento, com brincadeiras e contando histórias. Mas com a abolição da escravatura, no século 19, muitas dessas mulheres, para sobreviver e criar os próprios filhos, tornaram-se amas de leite de aluguel. Tornou-se comum no Brasil ver um bebê órfão de mãe ou abandonado em um asilo, ser enviado às casas das amas de leite que, por vezes, recebiam uma quantia mensal do governo provincial pelo serviço prestado.Pois é, a própria História do Brasil já nos mostra a importância dessa função dentro de uma família. E não é só isso. No livro “Casa–Grande & Senzala”, escrito por Gilberto Freyre (1998), por exemplo, o autor destaca a valorização da ama na formação social da família daquela época, apresentando uma expressiva ligação de carinho entre as amas de leite e as crianças, devido a convivência constante que acabava gerando vínculos e laços afetivos duradouros. Em algumas situações as crianças chegavam a considerá-las como uma segunda mãe. E a História dessa profissão não acaba por aí. Naquela época, quando as amas não amamentavam, elas eram denominadas amas secas. Daí originou-se o nome babá, uma pessoa, geralmente do sexo feminino, que cuida de crianças, lhes dando afeto, carinho, estando atenta ao bem-estar infantil, ensinando e brincando. Uma função que tem crescido no Brasil e no mundo com o intuito de auxiliar as mães, constantemente, nos serviços de cuidado infantil, incluindo desde a alimentação, passando pela segurança infantil e pelo entretenimento da criança. Uma profissão de excelência que demanda muito amor, devoção e conhecimento.Muito além do carinhoOk, historicamente é sabido que a babá originou-se das amas secas e a sua vocação era mais materna que propriamente profissional, pois tratavam-se de mulheres que cuidavam de crianças mediante suas experiências de vida. No entanto, para além do carinho de babá e de suas tarefas básicas de dar banho, trocar fralda, dar comidinha, colocar para dormir e acompanhar nas brincadeiras, está o profissional intitulado cuidador infantil, profissionais que exercem desafios maiores, visando não apenas os cuidados básicos, mas o bem-estar geral da criança, respeitando todas as fases do seu crescimento com conhecimento e técnica.O cuidador infantil deve estar preparado para cuidar de uma criança, contribuindo para o seu pleno desenvolvimento, visando a saúde, a educação e o equilíbrio emocional, sem perder a essência da infância. Desta forma, ter apenas disposição não é o suficiente! É preciso trabalhar com a seriedade que essa função exige e que não se restringe apenas a um curso de cuidador infantil, mas também no aprofundamento da formação continuada em áreas infantis correspondentes e relacionadas à saúde, tanto física quanto emocional. Aprofundar-se nesse tema exige estudo relacionados aos cuidados infantis, que passa pelo básico aleitamento materno e alimentação infantil - observando sinais nos primeiros meses de vida que podem ser alertas para algum tipo de problema relacionado à saúde da criança - e vai até os cuidados avançados, como puericultura, uma área voltada ao desenvolvimento integral da criança. A profissão de cuidador infantilMuitos pais e mães hoje preferem contratar profissionais qualificados para cuidar de seus filhos, em vez de deixá-los com parentes, funcionários domésticos ou até mesmo nas escolinhas, pois visam um cuidado maior com a criança, com atenção individual e personalizada que somente uma cuidadora infantil pode oferecer.Essa profissão está crescendo cada vez mais, sendo uma porta de entrada para jovens e estudantes no mercado de trabalho que tenham afinidade com crianças e que desejam ter uma boa renda. Por esta razão, faz-se necessário uma experiência introdutória na área, para que você possa identificar se essa é realmente a função da sua vida, aquela que lhe dará, primeiramente, satisfação e, posteriormente, o devido prestígio, tanto em uma família, quanto em escolas, berçários ou até mesmo em outros países, onde exige-se experiência e certificado de curso na área.O profissional da área de cuidado infantil deve ter atenção no desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e emocionais da criança. Dessa forma, você vai estar capacitado e, além disso, vai se tornar cada vez mais atrativo no mercado de trabalho.

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Quando eu voltar a ser criança

As crianças sofrem. Sou jovem, então ainda me lembro. Era incompreendida e tirada das conversas dos adultos. Minha família era muito pobre, mesmo assim sei que tive um tratamento melhor do que muitas outras crianças. Sempre tive uma ligação boa com minha família.As crianças sofrem. Eu lembro o que é ouvir de muitos “Mas você só estuda”. Sei o que é ter que aprender uma série de novidades sem pausas. Sei como era estranho. As crianças sofrem. Elas sofrem, e o autor Janusz  Korczak também percebeu isso muito bem! Ele alcançou sua alma infantil em seu livro "Quando eu voltar a ser criança", em que fica evidente sua sensibilidade.O livro traz a narrativa de um homem que volta à infância. Nessa transformação, ele continua consciente e faz reflexões acerca de tudo que passa a reviver como criança. Em sua fase adulta, sendo um professor, ele percebe o tratamento que dava aos próprios alunos e sofre ao lembrar de cada opressão e injustiça que ele mesmo comete.Seu livro é uma ótima reflexão sobre como tratamos as crianças ao nosso redor, fazendo-nos repensar e ver que há muito mais em cada criança. Suas particularidades vão além de serem "bonitinhas e fofas". As crianças têm opiniões, as quais merecem respeito, e elas também possuem vontades!Recomendo a vocês a edição feita para educadores. Educadores em geral, não só aqueles que estão em sala de aula, mas também para as babás e para os pais, a fim de que todos possam se atentar a este fato. Indico também, para aquelas pessoas que querem se recuperar de uma "amnésia" e lembrar-se de como era conflituoso ser criança.As crianças sofrem. Eu sempre soube e nunca me esquecerei. Quero me lembrar disso para sempre!Nossa infância está muito distante agora para que possamos voltar a sentir todas as angústias passadas pelos pequenos. Só o exercício da empatia poderá nos aproximar deles e nos fazer entender seus anseios. Convido todos os adultos a voltarem a ser crianças quando ouvirem relatos infantis.E que me desculpem os adultos que sofrem de amnésia, mas eu sempre vou considerar os sentimentos das crianças!Beijos,Solene Ângelo 

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Apresentação

Você não escolheu a profissão de cuidadora à toa, tampouco foi ou será contratada por acaso. Você optou por esse trabalho porque nutre amor pelas crianças e tem talento para lidar com elas. Saiba que você será os olhos e as mãos dos pais quando eles estiverem longe.No entanto, conviver com uma nova família, participando de todos os acontecimentos do lar, traz desafios com os quais você provavelmente não está acostumada, mesmo que tenha trabalhado em condições semelhantes anteriormente.Afinal, famílias diferentes têm hábitos diferentes. Cada lar tem as suas próprias regras e necessidades, o que leva os pais a esperarem de você comportamentos específicos relacionados à rotina da casa.Porém, independentemente de quais sejam as normas da família para qual você trabalha, existe uma postura profissional que, se seguida, vai ajudá-la a desempenhar bem o seu papel em qualquer situação e, assim, corresponder às expectativas que os pais têm em relação a você. Esta apostila traz orientações que vão auxiliá-la no cuidado com as crianças, no convívio com os pais e na manutenção das regras e da rotina da casa, contornando as diferenças naturais que existem entre todas as pessoas.Dessa forma, todos poderão chegar a um consenso sobre a melhor forma de atingir o objetivo que você e a família tem em comum: garantir a segurança e o bem-estar da criança que está sob seus cuidados.Solene Ângelo

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Contrato de trabalho

O contrato é recomendado pelos especialistas como um complemento ao registro na carteira de trabalho, pois é um espaço para registrar os acordos feitos na admissão da profissional. Esse é um modo de resguardar tanto as babás quanto as famílias empregadoras. O que o contrato de trabalho deve incluir:Dados do empregador e do contratado;Razão do contrato: estabelecer, de forma conjunta, regras sobre as funções e atividades a serem realizadas e horários;Caso o empregador queira estabelecer um período de experiência, é preciso definir sua data de início e término, não podendo ultrapassar 90 dias. Ao final dos 90 dias de experiência, o contrato de trabalho passa a ser por tempo indeterminado;Data de início do contrato;Valor do salário acordado e a data em que o pagamento será efetuado mensalmente, além de especificar quais descontos poderão ser feitos;Definição da jornada de trabalho diária;Especificação dos horários de entrada, saída e intervalos, além dos dias a serem trabalhados e aqueles em que haverá folga;Registro de que, se a jornada estipulada for ultrapassada, será feito o pagamento de horas extras;Como será realizado o controle de horas (pode ser um livro de ponto, em que a babá assine e informe seus horários de entrada e saída diariamente. Ao final do mês, as horas extras serão calculadas com base nesse livro). Recomenda-se que a família entregue uma cópia da folha para a profissional após esse cálculo mensal;Caso a babá more com a família, é importante que fique claro se ela vai morar no local de trabalho e estar à disposição do empregador, ou se vai passar a semana no emprego sem trabalhar no período da noite;Se contratada para trabalhar no período noturno, especifique o horário e como será a remuneração;Questões como a obrigatoriedade ou não do uso de uniforme durante os serviços e o ressarcimento de danos materiais em caso de prejuízos provocados pelo empregado também devem aparecer no documento;Registro de que o FGTS será recolhido na forma estabelecida pela lei;Inclusão de assinaturas de pelo menos duas testemunhas, sendo uma da empregada e outra do empregador. Não é preciso homologar o documento no cartório. Atenção: o contrato de trabalho deve refletir os dados inscritos na Carteira de Trabalho e Previdência Social.

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Postura Profissional

Como se portarO lar da família é o ambiente de trabalho da babá, e possui normas e procedimentos a serem seguidos, assim como ocorreria em um escritório.Todas as regras devem ser acertadas entre a cuidadora e os pais antes mesmo do início do trabalho. Além do acordo sobre os serviços prestados que aborda dias de trabalho, horário do expediente e de almoço, tarefas sob sua responsabilidade, remuneração e férias, os pais podem estabelecer outras exigências, como o uso de uniformes, restrição ao uso de celulares ou pedir que você viaje com a família. Essas solicitações devem ser encaradas com naturalidade, pois acontecem em qualquer ambiente de trabalho e foram pensadas para que você consiga cumprir melhor com suas obrigações.Trabalhar na casa de uma família exige que se adote uma postura ética e responsável:Não fale com outras pessoas, mesmo consideradas de confiança, sobre fatos pessoais da família ou da criança sob sua responsabilidade. Evite qualquer tipo de comentário, inclusive sobre seus colegas de trabalho.Tenha cuidado para não danificar os móveis e outros bens da família em que você trabalha.Respeite a privacidade das pessoas. Não mexa em documentos e pertences que não são seus.Seja sempre honesta, gentil e cuidadosa ao realizar seu trabalho.Tenha foco. Não use o horário de seu expediente para realizar tarefas pessoais. Ao fim da jornada, certifique-se de que a casa está da mesma forma que você a encontrou.Nunca deixe a criança sozinha. Lembre-se que mesmo ambientes seguros podem apresentar riscos. Nunca deixe crianças pequenas sem companhia.Evite rotular os comportamentos infantis: se a criança tem dificuldade em esportes ou matemática, por exemplo, você deve incentivá-la a continuar se esforçando e mostrar que o mais importante é se divertir, ou aprender a lição, e não competir com os demais. Afirmar que a criança “não tem jeito” para determinada atividade é uma atitude precipitada e que pode trazer sérias consequências para a vida dos pequenos.Mantenha a atenção na criança. Se, ao sair com ela, você encontrar algum conhecido no caminho, apenas o cumprimente e deixe para conversarem fora de seu expediente. Para a criança, trata-se de um momento de lazer, mas, para você, é seu horário de trabalho. Caso encontre algum famoso, é proibido "tietar", não peça autógrafos nem fotos. Se for uma celebridade da qual goste muito e seus patrões estiverem presentes, peça-lhes permissão para se aproximar do famoso; caso contrário, guarde o "encontro" apenas em sua memória.Para planejar seu dia e atender a todas as suas tarefas, siga estas recomendações:Levante-se com antecedência. Mesmo que você durma na casa da família, levante-se antes do início de seu expediente. Calcule quanto tempo você leva para se arrumar, para organizar seu quarto (o que necessariamente deve ser feito, caso você durma no trabalho) e para tomar seu café da manhã. Quando chegar a hora, esteja com tudo pronto para começar a trabalhar pontualmente.Planeje seu almoço. Acerte com os pais a duração do intervalo de almoço, seu horário de início e de término e como a refeição será realizada. Talvez você tenha que trazer a comida de casa (a marmita), a família ofereça a refeição já pronta, ou você tenha que cozinhar usando os ingredientes disponíveis na casa.Planeje as demais refeições. Ao longo do dia, todos sentem fome e precisam fazer pequenas pausas para refeições rápidas. O ideal é fazer apenas duas pausas por dia (uma entre o café da manhã e o almoço, outra entre o almoço e o fim do expediente), que não devem durar mais que 15 minutos. Mesmo que a família permita que você consuma todos os alimentos da casa, é interessante levar seus próprios “lanchinhos”, assim como fazem os funcionários de escritórios. Não consuma qualquer alimento para o qual você não tenha recebido a permissão.Sempre deixe pronta a bolsa das crianças. Ela deve estar preparada com todos os itens necessários para trabalhar com os pequenos. Leve uma ou duas mudas de roupas para cada estação, já que vocês podem enfrentar variações bruscas de temperatura em um único dia.

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Quais são obrigações comuns de uma babá?

As obrigações e responsabilidades da babá podem variar de acordo com a família para a qual ela trabalha. Em geral, as atividades incluem cuidados com a higiene, alimentação, descanso e recreação da criança. Além disso, é possível que a babá precise cozinhar, limpar o ambiente e levar a criança à escola ou ao médico, ou realizar alguma outra atividade. O ideal é que as tarefas a serem realizadas sejam combinadas ainda na entrevista de emprego, evitando mal-entendidos com a família e garantindo que você saberá se é apta para o trabalho antes de aceitá-lo.A babá deve realizar suas atividades normalmente, mesmo que os pais estejam presentes. Eles estão contando com seu trabalho para garantir o bem-estar e a segurança da criança.Se os pais estiverem em casa e fizerem questão de assumir os cuidados da criança, deixe-os agir livremente, mas fique atenta para auxiliá-los no que for preciso.Listamos a seguir as obrigações mais comuns das cuidadoras infantis. Não significa que você precisará realizar todas elas em todas as famílias, ou que não haverá tarefas a serem feitas fora das que estão listadas. Essa é apenas uma referência para ajudá-la em seu trabalho.(*Algumas dessas atividades devem ser feitas diariamente; outras, somente algumas vezes por semana ou por mês. Existem também as que só serão realizadas quando os pais solicitarem.)HIGIENE- Dar banho;- Trocar as roupas;- Escovar os dentes;- Trocar fraldas;- Controlar o estoque de produtos de higiene (xampu, sabonete, fraldas, etc.). LIMPEZA E ORGANIZAÇÃO- Lavar, passar e organizar as roupas das crianças;- Limpar e organizar os brinquedos;- Limpar e organizar o quarto;- Trocar, lavar e passar as roupas de cama da criança;- Controlar o estoque de produtos de limpeza (especialmente se utilizarem produtos específicos para a limpeza dos pertences e do ambiente infantil). ALIMENTAÇÃO- Elaborar o cardápio das crianças;- Preparar os alimentos;- Alimentar a criança;- Limpar os utensílios e equipamentos de cozinha utilizados na alimentação da criança;- Controlar o estoque de alimentos e de utensílios (mamadeiras e bicos, por exemplo, devem constar em várias unidades e serem trocados regularmente). EDUCAÇÃO- Levar a criança à escola ou buscá-la;- Organizar os materiais escolares e controlar o seu estoque;- Ajudar a criança nas lições de casa;- Participar de reuniões escolares;- Elaborar e executar atividades educativas de acordo com a faixa etária. SAÚDE- Pôr a criança para dormir e ajudá-la a descansar;- Levar a criança ao médico ou acompanhar um dos pais na consulta;- Medicar a criança de acordo com a prescrição e garantir que não faltem os medicamentos (controlar o estoque);- Cuidar para que a criança faça atividades essenciais à sua saúde, como exercícios físicos. RECREAÇÃO- Fazer passeios com a criança;- Acompanhá-la em atividades esportivas;- Participar de brincadeiras, elaborar e executar atividades recreativas.

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